Hoje fui convidado a ir á Rádio Azul em Setúbal falar sobre o projecto do Cabo Espichel, já referênciado neste blog, uma entrevista com o grande Sr. da rádio de Setúbal que é Portugal da Silveira http://bomdiasetubal.tripod.com/id4.html, numa hora de programa conseguimos divulgar o projecto e fiz o convite a todos os artistas plásticos, historiadores, cientistas, fotógrafos para que se quiserem juntar de qualquer forma a este projecto que comuniquem para o meu endereço de e-mail. Foi curioso, quando estavamos a terminar tocaram á campainha e era um musico a oferecer-se para gratuitamente compor a musica para alguns programas ou documentários que possamos vir a fazer, ouviu a entrevista e veio felicitar-me pela audácia e coragem de tamanho projecto, e manifestou a sua disponibilidade para ajudar no que for necessário, como musico, espéleologo e ambientalista... fica registado aqui o meu agrado, e foi bem demonstrado o poder da rádio e a forte presença que tem em Setúbal; Dizia-me o Portugal da Silveira..." o pescador quando vai para o mar, leva o rádio, não leva o computador ou a tv, assim como o pescador o motorista, os pequenos logistas as ínumeras pessoas que estão sózinhas tem na rádio Azul , a sua companhia, primeiro porque fala coisas da sua terra e das suas gentes, e depois fala a sua linguagem ..."
O meu pai o actor Mário Sargedas foi um grande homem da rádio, fez mais de 5000 programas rádiofónicos, ainda muitas radionovelas, peças de teatro e o célebre Serão para Trabalhadores, passei muitos momentos da minha infância nos estúdios da então Emissora Nacional , no Rádio Clube Português na Rádio Renascensa entre outras mais pequenas rádios, eu cresci nesse mundo e ainda cheguei a fazer alguns foletins , como um dos protagonistas dos "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes. Apesar de ser tudo bem diferente, hoje um locutor junto a um computador faz praticamente tudo, pré programa e depois é só gerir as entradas dos anuncios e alguns dos programas...alguns já gravados. Antigamente eram muitos os técnicos, os efeitos eram feitos no local ,as músicas eram os grandes discos de vinil em grandes pratos, com um braço minunciosamente levantado para a agulha caír no momento e na faixa certa, depois era só passar para outro prato, eram os primeiros Dj's ... Quem pode esquecer vozes como do actor Manuel Lereno (que sabia os Lusíadas de cor) e os recitava como ninguém, a inconfundivel voz de Paulo Renato ou do Jorge Alves,Mário Pereira,ou Curado Ribeiro entre tantos, todos com vozes inesqueciveis. A rádio era um modo de vida, as pessoas paravam para ouvir , hoje felizmente a rádio também evoluiu, e penso mesmo que nestes últimos anos ganhou força e ouvintes, ainda bem... em memória de todos aqueles que passaram pelos estúdios... Foi bom relembrar...! Obrigado, Portugal da Silveira.
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